A relação política entre o ex-senador Roberto Rocha e o prefeito de Balsas, Alan, parece ter chegado ao limite. Segundo o próprio Rocha declarou em suas redes sociais, os dois estão "por um triz" de romper os laços que vinham sustentando a parceria desde a última eleição municipal.

A revelação surpreendeu aliados e acendeu um sinal de alerta no cenário político da região sul do Maranhão, especialmente em Balsas - reduto eleitoral de Rocha. Na última eleição para o Senado, ele obteve uma expressiva votação no município, superando 61% dos votos (mais de 27.152), derrotando o então governador Flávio Dino, mesmo com toda a estrutura do governo estadual e o apoio do prefeito Alan e da maioria dos vereadores da cidade (17 ao todo). Dino, apesar dos investimentos e da popularidade alegada por Alan, recebeu apenas 16.857 votos.

Foi justamente esse capital político que Alan buscou quando viu sua candidatura à reeleição enfraquecer. Em queda nas pesquisas, o prefeito procurou diversas vezes o ex-senador, tentando convencê-lo a aderir à sua campanha. A princípio reticente, Roberto Rocha acabou cedendo após muita insistência de Alan e seus aliados. A entrada do ex-senador na campanha foi marcada por uma carreata imponente, que partiu do aeroporto da cidade e percorreu as principais ruas, alterando drasticamente o rumo da eleição e sendo considerada determinante para a vitória de Alan.

No entanto, a relação começou a se desgastar meses atrás. Um dos principais pontos de discórdia teria sido a decisão da atual gestão municipal de decretar estado de calamidade financeira. Rocha, por meio de aliados, tentou convencer o prefeito a recuar, alegando que a medida era equivocada e politicamente desgastante. Seus apelos, porém, foram ignorados.

Desde então, o silêncio tomou conta da relação entre as lideranças. Alan evita se pronunciar sobre os motivos do possível rompimento, enquanto Rocha tem usado as redes sociais para sinalizar seu descontentamento.

Nos bastidores, o fim da aliança entre os dois pode provocar um realinhamento nas forças políticas da região, já de olho nas eleições de 2026. Para muitos analistas locais, o racha, se confirmado, marca o fim de uma das parcerias mais influentes da política de Balsas nos últimos anos.